Sedes Sustentáveis: Empresas Eficientes
A oportunidade presente no investimento em construção

A construção de uma Nova Sede ou Unidade Operacional é uma oportunidade única de desenvolver uma cultura alinhada às tendências mundiais e engajar colaboradores.

Valores éticos e socioambientais começam a reorientar padrões de produção e consumo. O design de produtos sustentáveis e o alinhamento das empresas ao eco-marketing já não é suficiente. Não são só governos, mas principalmente os novos consumidores e colaboradores das novas gerações exigem que a indústria tome a frente do processo de valorização do uso sustentável e da conservação dos recursos naturais de forma integral, gerando um impacto real, positivo e duradouro.

Os chamados edifícios inteligentes são uma grande oportunidade para empresas que pretendem adotar a sustentabilidade como estratégia de longo prazo. Além de fortalecer a marca das empresas que realizam estes tipos de projetos, também ajuda a resolver problemas internos, relacionados à atividades e ao desempenho das organizações, tanto economicamente quanto estratégicamente, considerando sua gestão e eficiência.

" Se o produto for bom e a imagem dele também, haverá uma interação muito positiva nesse meio. A boa reputação é um artigo estratégico para reter funcionários, para haver uma boa relação com fornecedores, entre outros.”

A NOVA GERAÇÃO DE COLABORADORES E A TENDÊNCIA DENTRO DAS EMPRESAS

Os jovens da nova geração, também conhecidos como Millennials (nascidos a partir do ano 2000), e da Y, cresceram escutando as discussões na mídia sobre impactos ambientais e conceitos de Sustentabilidade. Por isso, para eles o tema está mais suscetível ao engajamento do que para as outras gerações. Embora a Z ainda não tenha chegado ao mercado de trabalho, são imersos na tecnologia, crescem conectados à internet, chats, celular, e isso faz com que sejam imediatistas, discutam na escola e em casa, desde os anos iniciais, questões como consumo consciente, aproveitamento do tempo, separação de resíduos, meio ambiente, enfim, sobre diferentes temas ligados à Sustentabilidade.

Inquietos, informados e questionadores, eles não acreditam mais em ‘rótulos verdes sem conteúdo coerente’. Cobram que a Sustentabilidade esteja no cerne, na gestão da empresa e não apenas nas estratégias de comunicação e publicidade. O consumidor irá exigir cada vez mais que a Sustentabilidade faça parte dos processos, que a empresa esteja alinhada entre suas ações e a minimização de impactos, com a matriz da materialidade sendo uma análise norteadora.

--- Leonardo Araújo, professor associado da Fundação Dom Cabral

Três abordagens para a Sustentabilidade
O avanço da tecnologia e da informação eleva a responsabilidade de arquitetos e engenheiros a um novo patamar, e os torna chave no processo de definição de novos espaços corporativos.

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PROJETOS EFICIENTES
FOCO NO DESEMPENHO AMBIENTAL E ECONOMIA DE RECURSOS

Adoção de tecnologias com payback comprovado e de estratégias pré-projeto de impacto mais abrangente.

Através de análises orientadas à cada fase de decisões é possível alcançar resultados sólidos, muitas vezes mesmo sem incremento de custos – as chamadas estratégias passivas. Layouts mais eficientes, espaços de trabalho pensados para produtividade, construções com menor necessidade de manutenção, expansões sem impacto na operação, entre outras ações resultam não só em uma economia real desejada pelos empreendedores.

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PROJETOS AUTÔNOMOS
CONCEITO NET ZERO JÁ É VIÁVEL PARA AUTOSSUFICIÊNCIA DE RECURSOS

Através de consultoria específica e projetos de critérios rigorosos, é possível reduzir a demanda de energia, a ponto de viabilizar financeiramente tecnologias que garantam a autossuficiência destes recursos em ambientes corporativos.

A autonomia de energia inicia com a redução de até 50% da demanda através de projeto e especificações, e é complementada com a geração da demanda restante através de painéis fotovoltaicos. É possível um cenário de investimento inferior a 5 anos.

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EDIFICAÇÕES WELL
FOCO NAS PESSOAS, GARANTINDO BEM ESTAR E DESEMPENHO

Todos empresários sabem que o maior ativo da empresa são seus funcionários, e que estes, representam o maior custo operacional. Considerando um ciclo de vida de 30 anos de um edifício de escritórios, o custo com funcionários pode chegar a até 92%. (Sustainable Building Technical Manual/ Joseph J. Romm. “Lean and Clean Management”, 1994).

O conceito WELL, balizado por certificação de mesmo nome, busca resultados como redução do índice de abssenteísmo em até 35% e aumenrto de até 22% da produtividade, através de projetos com atenção especial aos ambientes construídos.

De acordo com pesquisas realizadas com CEOs de diversas organizações em empresas globais de 13 países, estes executivos consideraram que a sustentabilidade é algo muito importante, e que os argumentos mais convincentes para um CEO liberar recursos para um projeto de sustentabilidade são a redução de custos na empresa e o aumento da lucratividade com vista nestas ações e projetos sustentáveis.

Certificações

O mercado das Certificações para Construções Sustentáveis está em franca ascenção, sendo utilizado por grandes empresas para definição de padrões de eficiência e adequações à exigências de players internacionais.

As certificações mais difundidas atualmente são a norte-amerciana LEED e a francesa AQUA para edificações. No Brasil a certificação chamada PBE-Edifica do Inmetro traz critérios para três itens de projeto: condicionamento de ar, iluminação e envoltória. Projetos com pontuação máxima recebem selo Procel de eficiência.

Eficiência Energética

A partir de pesquisas de campo constatou-se que apenas 20 a 30% da energia consumida seriam suficientes para o funcionamento da edificação;

30 a 50% da energia consumida são desperdiçados por falta de controles adequados da instalação, por falta de manutenção e também por mau uso; 

25 a 45% da energia são consumidos indevidamente por má orientação da edificação e principalmente por desenho inadequado de suas fachadas.

ESTRATÉGIAS PARA CONSTRUÇÃO DE UMA SEDE EMPRESARIAL SUSTENTÁVEL ENGLOBAM BASICAMENTE DOIS VETORES: ESTRATÉGIAS PASSIVAS E EQUIPAMENTOS EFICIENTES, DISTRIBUÍDOS EM QUATRO GRANDES DIMENSÕES DE PROJETO E DIVERSAS DIRETRIZES.

IMPLANTAÇÃO / MASTERPLAN

--- Uso de condicionantes naturais como aliados e potencializadores do projeto;

--- Estudo de fluxos - redução de custo de pavimentações, redução da impermeabilidade do solo, otimização do fluxo de veículos;

--- Paisagismo de baixo custo - plantas nativas, lagos, plantas perenes;

--- Escolha do local – transporte, serviços, logística, isenções, parceiros;

--- Orientação, insolação, iluminação, ventilação, segurança, privacidade, ambientes externos agradáveis, eficiência no uso de recursos;

--- Previsão expansões com baixo impacto na operação e aproveitamento de infra existente;

--- Implantação x  Visualização do empreendimento = imagem empresa e valorização imóvel;

 

 

" Os gestores de diversas empresas no país percebem que a adoção de  soluções sustentáveis e ecologicamente responsáveis são  cruciais, não apenas para melhorar a imagem das empresas, mas também para aumentar a rentabilidade dos negócios e a competitividade. "

Fonte: Revista Brasilis

PROJETO E ESTRATÉGIA ESTRUTURAL

--- Proporção, arranjo/Beleza: não só o valor dos materiais aplicados agregam beleza, mas principalmente a composição, dimensão e posição entre os elementos, articulação, proporção e articulação entre os espaços;

--- Previsão para adaptações futuras, versatilidade, valor na venda, expansões com reaproveitamento de fechamentos, baixo impacto na operação;

--- Sistemas construtivos secos - com baixo resíduo, modulação e maior precisão e possibilidade de reaproveitamento;

--- Projetar mais / Construir menos - Espaços versáteis/multiuso, previsão para adaptações futuras, versatilidade, valor na venda, coberturas utilizáveis, estratégias passivas de melhor utilização dos recursos naturais;

--- Coberturas Vegetadas – eficiência térmica (até 20% menos consumo com ar condicionado), retenção de enxurradas, causa ambiental, evitar ilhas de calor, visual mais agradável desde andares superiores, áreas utilizáveis, retenção de talentos, motivação  e orgulho da empresa;

--- Planejar a vida útil – no futuro: demolição, desmontagem, ampliação, adaptação, venda, aluguel - definir expectativa de vida da edificacão;

--- Composição arquitetônica que gere menos necessidade de manutenção (peirais, pingadeiras, etc) - acessibilidade para manutenção, etc;

--- Concepção arquitetônica - A boa concepção da envoltória e da estrutura do edifício contribui para reduzir as suas necessidades de energia, principalmente para o resfriamento, aquecimento, ventilação e iluminação;

--- Estudar estretégias de utilização de energias renováveis durante a concepção - arquitetura pode viabilizar ou não uma estratégia;

ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS E SISTEMAS

--- Sistemas inteligentes – reutilização de recursos (água, efluente, calor, etc), geração de energia

--- Equipamentos eficientes – gestão e redução de consumo: sensores de presença, válvulas de duplo fluxo para vasos sanitários, arejadores de torneira, dimerização iluminação, sombreamento automatizado, automações em geral, etc;

--- Coleta e reaproveitamento de água;

--- Otimização de materiais – redução de desperdício, modulação, técnica construtiva adequada, materiais adequados a cada situação: manutenção x durabilidade x eficiência térmica/acústica x valor, etc;

--- Impactos socioambientais – escolha de materiais com ciclo de vida de baixo impacto ambiental (matérias-primas empregadas e insumos utilizados, contaminação, geração de resíduos, energia empregada para extração, transformação, beneficiamento e distância de transporte do produto, e seu destino ao final da vida útil) e baixo inmpacto social (estímulo a cadeias formais e comunidades e economias locais);

--- Materiais renováveis – quando possível (madeiras, fibras, linóleo, etc);

--- Materiais regionais – pedras da região, concreteiras locais (800km como referência para certificações);

--- Reutilização de materiais – reciclados, recláveis ou reaproveitáveis, reaproveitamento de materiais in loco;

--- Durabilidade a adaptabilidade – edifício com vida útil curta, média, normal ou longa x escolhas construtivas. Painéis de concreto tem bom aproveitamento em expansões por exemplo.

--- Considerar durabilidade e custo de manutenção na especificação;

--- Produtos e soluções arquitetônicas de baixa e fácil manutenção;

CONCEPÇÃO DE AMBIENTES INTERNOS / OCUPAÇÃO

--- Gerenciamento do lixo - área para a coleta do lixo reaproveitável, armazenamento e logística para reciclagem. Compostagem de matéria orgânica para utilização em paisagismo. Recipientes para coleta de materiais específicos como óleo de cozinha, pilhas, remédios, etc;

--- Luz natural e vista externa - é interessante para os ocupantes do edifício a conexão entre espaços internos e externos;

--- Materiais de fácil limpeza;

--- Temperatura, iluminação e ventilação natural - dimerizadores de iluminação, termostatos setorizados, janelas e clarabóias operáveis, elementos de sombreamento móveis;

--- Plantas em ambientes internos - ambiente motivador, pureza do ar (plantas certas), identificação com a empresa;

--- Qualidade da entrada de ar externo - garantir renovação, uso de filtros, limpeza;

--- Controle das fontes de poluição externas - soluções arquitetonicas que reduzam, os efeitos destas fontes;

--- Impacto à saúde - 90% do tempo das pessoas é gasto dentro de prédios. Segundo pesquisas o ar nos ambientes internos está de 2 a 10 vezes mais poluído do que o ar exterior = absenteísmo. Opção por materiais sem toxidade;